2º Ensino Médio

ECONOMIA e GLOBALlZAÇÃO

Falência de bancos e indústrias, bolsas de valores em queda e países com a economia em crise. Esses têm sido alguns dos acontecimentos recentes da economia mundial, sobre os quais podemos ler todo dia nos jornais e revistas.
Como, atualmente, a economia dos países é muito interligada, a crise iniciada há dois anos no mercado financeiro dos Estados Unidos acabou rapidamente por afetar a economia global de modo geral. A atual crise estourou em setembro de 2008, quando uma onda de falências atingiu bancos e empresas imobiliárias norte-americanos. A seguir, o problema espraiouse para a Europa, provocando a pior crise econômica desde a quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Em consequência, o mundo entrou numa recessão em 2009, da qual estava tentando se recuperar no fim do ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas eis que, em dezembro, eclodiu uma crise de endividamento financeiro da Grécia, país da União Européia, que voltou a tumultuar as bolsas de valores e os mercados internacionais. As principais características da atual crise, como a grande liberdade de movimento de capitais e a velocidade com que os problemas financeiros surgidos nos Estados Unidos se espalharam, são típicas da globalização, atual fase de desenvolvimento da economia global, na qual o mundo entrou há duas décadas. Os primeiros passos rumo à conformação de um mercado mundial e de uma economia global remontam aos séculos XV e XVI, com a expansão ultramarina européia. Quando Cristóvão Colombo chegou à América, em 1492, deu início ao que alguns historiadores chamam de primeira globalização. O avanço do mercantilismo estimulou a procura de novas rotas comerciais da Europa para a Ásia e a África, cujas riquezas iriam somar-se aos tesouros extraídos das minas de prata e ouro do continente americano.

Essas riquezas forneceram a base para a Revolução Industrial, no fim do século XVIII, que, com o tempo, desenvolveu o trabalho assalariado e o mercado consumidor.
As descobertas científicas e as invenções provocaram grande expansão dos setores industrializados e possibilitaram o desenvolvimento da exportação de produtos. Começaram a surgir, no fim do século XIX, as corporações multinacionais, industriais e financeiras, que irão se reforçar e crescer durante o século XX. O mercado mundial estava, então, atingindo todos os continentes. A interdependência econômica entre as nações tornou-se evidente em 1929: após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, a
depressão econômica norte-americana teve consequências negativas no mundo todo. Enquanto isso, a Revolução Russa de 1917e outras ocorridas após a II Guerra Mundial retiraram diversos países de uma inserção direta no mercado mundial. Mas, com o tempo, esses regimes passaram a sentir uma crescente pressão econômica e política e foram se
abrindo, gradualmente.

Neoliberalismo

O fim do século XX assiste a um salto nesse processo. Em 1989, acontece a queda do Muro de Berlim, marco da derrocada dos regimes comunistas no Leste Europeu. Nos anos seguintes, esses países serão incorporados ao sistema econômico mundial. A própria integração da economia global acentuou-se a partir dos anos 1990, por intermédio da revolução tecnológica, especialmente no setor de telecomunicações. A internet, rede
mundial de computadores, revelou-se a mais inovadora tecnologia de comunicação e informação do planeta. As trocas de informações (dados, voz e imagens) tornaram-se quase instantâneas, o que acelerou em muito a integração das atividades econômicas.
No momento atual, há uma política econômica dominante em escala mundial chamada de neoliberalismo, também conhecida como Consenso de Washington. Essa última expressão surgiu em 1989, durante uma reunião na capital norte-americana, Washington, no International Institute for Economy, quando funcionários do governo dos Estados Unidos, de organismos internacionais e economistas latino-americanos debatiam um conjunto de diretrizes para que a América Latina conseguisse superar a crise econômica da época e voltasse a crescer. Era um período difícil para os países latino-americanos, com dívida externa elevada, estagnação econômica, inflação crescente, recessão e desemprego. As conclusões desse encontro passaram a ser chamadas informalmente de Consenso de Washington, expressão atribuída ao economista inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Por decisão do Congresso norte-americano, essas medidas foram adotadas como políticas impositivas cada vez que esses países viessem a solicitar a renegociação de suas dívidas. Mais tarde, as soluções apontadas no Consenso de Washington tornaram-se o modelo do FMI e do Banco Mundial para todo o planeta. O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis de mercado.
Segundo seus defensores, a presença do Estado na economia inibe o setor privado e freia o desenvolvimento. Algumas de suas características são: e abertura da economia por meio da liberalização financeira e comercial e da eliminação de barreiras aos investimentos estrangeiros; e amplas privatizações; e redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos; e desregulamentação do mercado de trabalho, para permitir novas formas de contratação que reduzam os custos das empresas.
Historicamente, as ideias do neoliberalismo contrapõem-se às do keynesianismo - ideário formulado pelo economista John Keynes (1883-1946), dominante no período do pós-guerra, a partir de 1945 -, que defendia um papel determinante e uma presença ativa do
Estado na economia como forma de impulsionar o desenvolvimento (um exemplo da política de Keynes foi o New Deal, adotado nos Estados Unidos após a quebra da Bolsa em 1929, com maciços investimentos estatais para reativar a economia). Nas últimas duas décadas, a expansão do comércio global resultou na intensificação Intensificação do fluxo de capitais entre os países. A busca de maior lucratividade levou as empresas a investir cada vez mais no mercado financeiro, que se tornou o centro da economia globalizada. A atual mobilidade do mercado mundial permite também que grandes empresas façam a relocalização de suas fábricas - nome que se dá ao fechamento de unidades de produção em um local e sua abertura em outra região ou outro país. Esse mecanismo é globalmente usado para cortar gastos com mão de obra, encerrando a produção em paises nos quais os salários são maiores para organizar a produção onde há menos custos. À medida que as nações vão reduzindo suas barreiras comerciais, a fabricação em qualquer ponto do mundo e a exportação para outros mercados tornam-se cada vez mais rentáveis.

Blocos econômicos
Outro movimento importante da economia global que se intensificou nas últimas décadas foi a formação de blocos econômicos, como a União Européia, o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) e o Mercosul. Os primeiros agrupamentos de nações surgiram com o objetivo de facilitar e baratear a circulação de mercadorias entre seus membros. Sob a economia globalizada, os blocos econômicos ajudam a abrir as fronteiras de cada nação ao livre fluxo de capitais, ao reduzir barreiras alfandegárias, práticas protecionistas e regulamentações nacionais.
Existem quatro modelos básicos de bloco econômico:
·        zona de livre-comércio, em que há redução ou eliminação de tarifas alfandegárias;
·        união aduaneira, que, além de abrir o mercado interno, define regras para o comércio com nações de fora do bloco, ou seja, todos cobram os mesmos impostos, taxas e tarifas de importação de terceiros;
  • mercado comum, no qual, além de serviços e mercadorias, capital e trabalhadores
também podem circular livremente;
  • união econômica e monetária, em que os países de um mercado comum adotam
a mesma política de desenvolvimento e uma moeda única.

A globalização acentuou as desigualdades sociais
e econômicas entre as regiões e os países

A formação de blocos econômicos acelerou o comércio mundial. Antes, qualquer produto importado chegava ao consumidor com um valor mais elevado, em razão dos impostos cobrados por cada país para proteger as suas empresas. Os acordos entre os países reduziram essas barreiras comerciais - em alguns casos, acabaram com elas -, processo conhecido como liberalização comercial. O bloco econômico mais importante do mundo é a União Européia (UE), tanto pela força de algumas de suas economias - como as da França, Alemanha e Reino Unido -,quanto pela profundidade das relações entre seus membros. Os norte-americanos impulsionaram o Nafta, tornando México e Canadá em economias diretamente vinculadas à sua. Os Estados Unidos também fazem parte da Apec (Área de Livre-Comércio da Ásia e do Pacífico), integrada por Japão, China, Austrália e Chile, entre outras nações. Na América do Sul, o grande bloco é o Mercosul, criado em 1991 por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, que desde o nascimento teve os Estados Unidos como parceiro principal - pelo Acordo 4+1 Atualmente, a Venezuela está em processo de integração ao Mercosul.

Desigualdades

Atualmente, os grandes investidores internacionais podem, com o simples acesso ao computador, retirar milhões de dólares de nações nas quais vislumbram problemas econômicos, políticos ou sociais.Quando os países se tomam excessivamente vulneráveis
a esses movimentos bruscos de capitais - com retirada maciça de investimentos estrangeiros -, organismos internacionais como o FMI liberam empréstimos para que eles possam enfrentar a sangria de dólares. Em contrapartida, os governos beneficiados ficam obrigados a obedecer ao receituário ditado pelo organismo, basicamente o estabelecido pelo Consenso de Washington. Uma das consequências disso é que, além de muitas vezes penalizar a população carente, por causa da desativação ou desaceleração dos investimentos sociais, essas políticas tendem a frear o crescimento econômico, por força da maior carga tributária, do congelamento de investimentos públicos e da elevação dos
juros. Assim, a globalização acenou com perspectivas que não se concretizaram. Imaginou-se um mundo plenamente integrado e sem fronteiras. Pelas previsões de seus defensores, novas tecnologias e métodos gerenciais promoveriam o aumento geral da produtividade, o bem-estar dos indivíduos e a redução das desigualdades entre as nações. Não é isso, porém, o que se vê no mundo, pois os últimos anos registram um aumento das desigualdades no cenário mundial. O comércio internacional nunca foi tão intenso, mas as exportações dos paises ricos cresceram muito mais do que a dos paises pobres nas últimas décadas e, atualmente, apenas dez países (dos 194 no mundo) monopolizam mais da metade de todo comércio internacional.
Um dos instrumentos desse crescimento foi a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995,com o objetivo de abrir as economias nacionais, eliminar o protecionismo (quando um país impõe taxas pesadas para restringir a importação de produtos e proteger sua própria produção interna) e facilitar o livre trânsito de mercadorias pelo mundo. A OMC funciona com rodadas de discussão sobre temas, que chegam ao fim quando se fecham os acordos. Ocorre
que a Rodada Doha, aberta em 2001 (com prazo previsto até 2006), entrou num impasse não resolvido até hoje. Os países ricos querem maior acesso de seus produtos industrializados aos países em desenvolvimento, por meio da redução de tarifas de importação. Já os países em desenvolvimento buscam restringir as vantagens econômicas (subsídios) que os governos dos países ricos dão a seus produtores agrícolas. A medida beneficiaria o seu comércio externo, uma vez que as nações emergentes são grandes exportadoras de matérias-primas (commodities). O prolongado impasse mostra a dificuldade da globalização em beneficiar o conjunto dos países e das populações. O fato é que, com frequência, as reformas neoliberais não trouxeram progresso, e em muitas regiões ocorreu o inverso.
Segundo o próprio FMI, os anos 1990 foram "decepcionantes" para a economia da América Latina. De acordo com um relatório de 2005 do órgão, reformas estruturais realizadas estimularam o crescimento econômico, mas não resolveram problemas antigos: o número de pobres aumentou em 14milhões na década e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita caiu mais de 1%, em média, entre 1997 e 2002. Cabe lembrar que as políticas aplicadas nos países da região naquele período foram largamente orientadas
pelo próprio FMI.
1)     Explique o consenso de Washigton.
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2)     Explique como funciona o neo-liberalismo.
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3)     Apresente os impactos negativos e positivos da globalização.
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4)     O que significa a sigla OMC e qual a sua  importância para o comercio mundial.
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5)     Explique o que é um bloco econômico e quais são suas vantagens e desvantagens.
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BALANÇA COMERCIAL

Em janeiro de 2008, os gastos de brasileiros no exterior bateram o recorde. Os turistas desembolsaram 975 milhões de dólares, uma alta de 68,8% em relação ajaneiro do ano anterior. As despesas nunca foram tão altas em 61 anos de levantamentos. O motivo é o dólar desvalorizado em relação ao real, que torna as viagens para fora do Brasil mais baratas.
Muita gente da classe média vem lotando aviões, gastando com hospedagem e compras,
tudo em moeda estrangeira. Mas há outro lado: com o real valorizado, torna-se mais caro para o turista estrangeiro vir para cá. Apesar disso, suas despesas por aqui também têm aumentado.

Exportações em queda
Enquanto os turistas brasileiros comemoram a queda constante do dólar, os exportadores
brasileiros fazem e refazem contas para compensar as perdas com o real forte. É fácil entender a questão: para um empresário brasileiro, a maior parte dos custos (salários, matérias-primas produzidas no país, infra-estrutura, transporte interno, impostos) é paga em real. Quanto menos o real vale, mais barato em dólar fica o custo do produto, e maior é a rentabilidade da venda desse produto no mercado internacional.
Isso é chamado de competitividade: o menor custo de produção do produto em um pais comparado a outro. Com a queda na cotação do dólar diante do real, há outros empresários que trocam a produção em território nacional pela importação, pois conseguem trazer o produto de fora por um custo menor do que teriam se o produzissem no Brasil. O saldo da balança comercial brasileira é o resultado da soma de todas as exportações e da subtração de todas as importações. Quando o país exporta mais do que importa, consegue o superávit na balança comercial. Quando o resultado é o inverso, dá-se o nome de déficit. Para os empresários brasileiros, portanto, exportar com moeda forte é um problema. O produto fica caro e pouco competitivo. Enquanto a economia mundial andava aquecida, as exportações não sofreram com a queda do dólar. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, em relação a 2006, as exportações em 2007 cresceram 16,6%. As importações, porém aumentaram mais: 32%. Com as dificuldades para a economia global, desencadeadas pela crise norte-americana, os ventos mudaram. Desde julho de 2007, quando começaram as oscilações globais,o saldo da balança comercial começou uma  curva para baixo. Mas o resultado ainda é positivo. No ano passado, o superávit comercial foi de 40 bilhões de dólares, um recuo de l3,8% em relação a 2006.
Para o Brasil, o resultado é aliviado pelo fato de que a redução no volume de vendas é,em parte, compensada pela alta na cotação de commodities (matérias-primas), de grande importância para nossas exportações, como as de origem agrícola e o minério de
ferro.Segundo um relatório da Organização Mundial do Comércio (OMC),mais da metade
da alta nas exportações brasileiras em 2007 ocorreu por causa dos preços, e não devido ao aumento do volume exportado. A exportação de petróleo para outros países vem ajudando positivamente no desempenho da balança comercial. Dados do governo mostram que, na comparação entre maio de 2007 e maío de 2008, a alta foi de 215%. Mas as importações de adubos e fertilizantes, impulsionadas pelo aumento da produção agrícola, também estão crescendo, Assim, chega-se à conclusão de que o superávit da  balança comercial perdeu o ritmo. Com o descompasso, o que se vê, nesta metade de 2008, é que as importações vêm se ampliando mais do que as vendas externas.

Compras e vendas

Apesar dos esforços brasileiros, o país não consegue sair de uma insignificante participação no comércio mundial. Sempre se manteve na casa de 1%,com pequena variação para cima ou para baixo. Em 2007 ficou em 1,2% (alta de 0,1% em relação a 2006). Isso dá ao Brasil a 23a posição no ranking da OMC. De acordo com a organização, se não houver um esforço para mudar o perfil das exportações brasileiras, diminuindo a participação de matérias-primas e aumentando a fatia dos produtos com maior valor agregado (ou seja, de produtos industrializados), essa participação continuará irrelevante.
O principal destino das exportações brasileiras são os EUA, seguidos pela Argentina e pela China. Quando se trata de blocos e regiões, a União Européia (UE) lidera a lista, seguida por América Latina, Nafta (EUA, Canadá e México), Ásia e Mercosul. A Ásia foi, em 2007, a principal origem das importações do Brasil, seguida da UE, do Nafta, da América Latina e do Mercosul. Quando se fala de paises, os que mais exportam para o Brasil também são os EUA, a Argentina e a China Nos últimos anos, os negócios com os
latino-americanos têm se destacado na balança brasileira. O crescimento das vendas para esses países vem ocorrendo principalmente em razão de acordos comerciais fechados entre os governos. O México, por exemplo, é um grande comprador dos veículos fabricados no Brasil. A Argentina, tradicionalmente, adquire nossos produtos agrícolas, calçados e eletroeletrônicos. Mas tem havido um esforço para ampliar as exportações para outros mercados. Uma das apostas para o agronegócio, por exemplo, é o Japão, um dos maiores importadores de suínos em todo o mundo.
1)     Explique o que é balança comercial.
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2)     Explique e de exemplos de taxa de câmbio.
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3)     Caracterize qual a posição do Brasil no mercado global e se esta posição tem destaque.
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4)     Explique como as empresas participam das exportações e importações. Cite alguns exemplos.
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